A hora do dinheiro privado

Com foco em atingir seu superávit primário o governo que já deu sinais de que está com pouca capacidade no caixa para estimular a atividade econômica. Fato este já claramente identificado com o fim dos incentivos fiscais nos diversos setores econômicos e o forte ajuste fiscal proposto pelo governo e o recente contingenciamento dos gastos em 2015.

Diante dessa perspectiva o governo já vem dando recado ao mercado de como poderá ser daqui pra frente. Quando aos recursos do BNDES, começaram a ser liberados de forma diferente aos grandes captadores do banco. Principalmente, aos que tem grandes movimentações. Onde, a partir de então, para captar recursos de longo prazo, utilizando-se dos limites de financiamentos referenciados pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), junto a instituição, as empresas deverão captar parte destes recursos junto ao mercado financeiro através de lançamento de debêntures.

A grande incógnita é: as nossas empresas estão preparadas para captar recursos no mercado via debêntures? Será essa uma boa oportunidade de profissionalização das empresas e forte transparência para o mercado? Contudo, se não ocorrer de forma planejada, com ordenamento pode gerar incertezas e instabilidades. O fundo de investimento em debêntures de infraestrutura criado com a lei nº 12.431 em 2011, poderá ser um bom direcionador ao mercado, visto que o grande objetivo é atrair o mercado de capitais para o financiamento de todas as atividades produtivas.

O outo direcionamento foi dado através do Programa de Investimento em Logística (PIL), que segundo o governo é um grande programa de concessão de longo prazo de cerca de R$ 200 bilhões de reais. Entretanto, para muitos, esse programa é muito criticado, pois não passa de um processo de privatização. Como os recursos serão investidos na construção e na reforma das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos concedidos; mostra que o governo não teria capacidade de intervir de forma decisiva na atividade econômica nos próximos anos. Denotando que a mudança de perspectiva para o Brasil passa pelo setor privado.

Ricardo Coimbra

Ricardo Coimbra: Mestre em Economia CAEN/UFC, Professor UNI7/Wyden UniFanor UECE/UniFametro, Vice-presidente Apimec/NE, Conselheiro Corecon/CE.

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Ricardo Coimbra

Ricardo Coimbra: Mestre em Economia CAEN/UFC, Professor UNI7/Wyden UniFanor UECE/UniFametro, Vice-presidente Apimec/NE, Conselheiro Corecon/CE.