Respeita as mina, por Hérika Vale

“Se você diz não, eu sei que é não (ô se é não). E que só é sim, se assim você disser.

Não importa o que é que você vai vestir, eu não vou te tocar sem você consentir”.- Se você quiser

 

No início da semana, começou a circular nas redes sociais uma marchinha de Carnaval que fala sobre evitar o assédio às mulheres. A canção escrita por dois homens, Gustavo Moura e Pedro Abramovay, é interpretada pelos cantores Bruna Caram e Chico César . O vídeo é o desdobramento da campanha #CarnavalSemAssédio, promovida pelo site Catraca Livre ,  em parceria com a revista “Azmina” e os coletivos “Agora é que são elas”, “Nós, Mulheres da Periferia” e “Vamos juntas?”. Iniciativas como essa têm o objetivo de conscientizar a galera que vai pra folia, e acha erroneamente que neste período pode fazer o que der na telha porque “ninguém é de ninguém”. Esse ditado geralmente é expresso de várias maneiras, de sorrisos espontâneos até passadas de mão nas bundas, nos cabelos… Também tem aquele pessoal que depois de umas doses de álcool puxam as “mina” pelo braço e tome beijo na boca, muitas vezes sem consentimento. Manifestações que já viraram “costume”, especialmente em grandes carnavais de rua que concentram muito mais do que quarenta pessoas por metro quadrado.

Algumas prefeituras pelo Brasil estão investindo em propaganda que estimulam o brincar “saudável”, isto é, cada um na sua e se divertindo; essas iniciativas são postadas em forma de lembretes com frases do tipo : “É assédio: desrespeitar uma mulher pelo tamanho de sua roupa ou decote” , que está sendo veiculada na fanpage do Governo de Brasília (@govdef), exemplo que deveria ser copiado por outras instituições públicas.

Mas não adianta muito só compartilhar e falar nas redes sociais quando as próprias mulheres não entendem do que se trata realmente o assédio e não sabem como denunciar, portanto, pras meninas que vão pro Carnaval, não tenham medo de se divertir, dá pra curtir numa boa. Pros caras, apenas uma lembrança e um pedido : Respeita as mina. Não é não!

Bom Carnaval!

Bom saber

O governo federal disponibiliza o número 180 (Central de Atendimento à Mulher) para mulheres denunciarem os casos de assédio.

Para se defender – Se for possível, dê um grito de alerta para que as pessoas ao redor percebam o que está ocorrendo e que possam ser testemunhas na delegacia. É importante, também, que a mulher recolha o máximo de informação sobre o assediador, como sinal físico, tatuagens e roupas e, se for possível, que comprove com gravações, e-mails ou mensagens, aquilo que vem sofrendo.

Como e onde ocorre? Pode ser verbal ou físico. O assédio não tem um local específico, pode acontecer em qualquer lugar, especialmente em locais com muita gente, como é o caso dos grandes carnavais de rua.

Paquera ou assédio? Quando um homem tem interesse em conhecer uma mulher, ou elogiá-la, ele não lhe dirige palavras que a exponham ou a façam sentir-se invadida, ameaçada ou encabulada.

As penalidades – De acordo com o artigo 216 do Código Penal, o assédio sexual caracteriza-se por constrangimentos e ameaças com a finalidade de obter favores sexuais feitas por alguém normalmente de posição superior à vítima. A pena é de detenção e varia entre um e dois anos, caso o crime seja comprovado. A mesma legislação enquadra como Ato Obsceno (artigo 233) quando alguém pratica uma ação de cunho sexual (como por exemplo, exibe seus genitais) em local público, a fim de constranger ou ameaçar alguém. A pena varia de 3 meses a um ano, ou pagamento de multa.

(Fonte:Sejus)

 

 

Hérika Vale

Jornalista, Graduada em Língua Portuguesa , apaixonada por educação,pela cultura do meu sertão e pela boa política. Feminista com "F" maiúsculo ,com causa e propriedade, e colunista do Segunda Opinião.

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Hérika Vale

Jornalista, Graduada em Língua Portuguesa , apaixonada por educação,pela cultura do meu sertão e pela boa política. Feminista com "F" maiúsculo ,com causa e propriedade, e colunista do Segunda Opinião.