A história é o meio que buscamos para entender nossas origens e aprender sobre o passado das civilizações mundiais. No entanto, quem já se perguntou sobre o que realmente aconteceu e discutiu a respeito deve saber que nada é absoluto. O que aprendemos nos livros é exatamente o que aconteceu de fato, ou estamos apenas sendo manipulados? Ainda há quem acredite em Papai Noel.
Vamos às lógicas históricas e aos fatos. Os colonizadores escreveram sobre a colonização; foi tudo muito lindo, fácil, e rápido. “Alguns espelhos por suas pedras preciosas”, já dizia o português colonizador citado na história. Agora vamos ouvir a versão dos índios nessa parte da história; ah desculpe, o tupi-guarani morreu junto com essa versão. Depois de muitos livros “mentirem” para mim, comecei a questionar de que lado a História está.
Friedrich Nietzsche disse que “não existem fatos eternos: assim como não existem verdades absolutas”. Portanto, acreditar em tudo que a própria história prega é bastante ingenuidade de um ser. O “telefone sem fio”, uma brincadeira de infância em que uma frase contada pela primeira pessoa, em uma fila, pode alterar conforme vai passando pelas outras. E não duvido que a história possa ter se apropriado um pouco dessa brincadeira.
Mário Sérgio Cortella (gosto de citá-lo por ser uma personalidade bem popular da atualidade) disse em uma entrevista no programa Roda Vida da TV Cultura, depois de uma pergunta sobre o impeachment da ex-presidente Dilma, se a história irá julgar como golpe ou não. Ele diz: “Depende de quem vai escrevê-la e de quem tem o poder da escrita”. No discurso ele cita alguns exemplos, que acabamos por ver na escola. Com os avanços e as tomadas de terras de outros povos tiradas pelos romanos, o título é: Expansão do Império. Quando os povos mais tarde tomam de volta o que a eles pertenciam, o título é: Invasões Bárbaras. “Ora, a história é a expressão do momento”, cita Cortella.
Quantos livros históricos ou de conhecimentos políticos, por pregar ideologias contrárias à de Hitler ele não teve que atear fogo? Tirando do povo a verdade que ele não queria que disseminasse, para assim a verdade dele predominar.
No decorrer dos anos a história vai mudando seu jeito de pensar, e suas posições políticas. Portanto, deixo o questionamento: De que lado político a história está?
A escravidão era considerada legal em sua época. Se não tivessem abolido, ela poderia ainda ser pregada pela história como bom para a economia de um país, e não vista como uma monstruosidade que realmente foi. Cabe saber quem vai escrever a história, e qual suas ideologias.
A história sempre terá dois lados da moeda, mas vai depender das ideologias de quem ler para acreditar nela ou não. Esse momento político que vivemos no país é resultado de uma história contado por aqueles que têm o poder nas mãos.