2015: o ano menos um!!!

A economia brasileira dá sinais de forte desaceleração, visto o forte crescimento do desemprego já apresentado no início de 2015. Levando a crer que a taxa de desemprego poderá chegar a patamares de 8%. Bem como a inflação se manterá acima de 8% por todo o ano, visto que a alta do dólar e dos preços administrados (como energia, telefonia, água, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) vêm pressionando os preços. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.

A crise hídrica, que afeta o abastecimento de energia e de água, está também entre as causas para o baixo desempenho do Brasil. Pois existe uma grande expectativa de racionamento. Ainda que ele não ocorra, também tem impacto sobre a confiança dos empresários e consumidores no Brasil. Os investimentos se retraem na perspectiva de observar o que vai efetivamente acontecer, gerando ainda mais retração. Junte-se a isso o medo de perda de emprego e endividamento dos brasileiros, com preços e juros elevados.

Junta-se a estes ainda a queda dos preços das commodities, devendo complicar ainda mais as perspectivas de crescimento das empresas exportadoras. Que, em função da baixa competitividade, se apegam à elevação da demanda internacional para alavancagem da sua produção. Como o cenário internacional é de baixa recuperação, a tendência de crescimento da demanda por produtos básicos é baixa e tende a não promover um grande crescimento. Os reflexos disso serão observados por um pequeno saldo na balança comercial no ano.

Os ajustes fiscal e monetário – necessários para recompor os fundamentos macroeconômicos do país – vieram desacompanhados de medidas pró competitividade, tornando a deterioração da atividade mais intensa, o que deve retardar a recuperação da economia. Levando-se a crer que a economia contrairá no mínimo 1% em 2015, podendo ter uma pequena recuperação em 2016 na mesma ordem de 1%. Gerando a ideia de que 2015 será o um ano nulo em relação ao crescimento da economia brasileira, onde só mudaríamos para um patamar superior em 2017.

Ricardo Coimbra

Ricardo Coimbra: Mestre em Economia CAEN/UFC, Professor UNI7/Wyden UniFanor UECE/UniFametro, Vice-presidente Apimec/NE, Conselheiro Corecon/CE.

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Ricardo Coimbra

Ricardo Coimbra: Mestre em Economia CAEN/UFC, Professor UNI7/Wyden UniFanor UECE/UniFametro, Vice-presidente Apimec/NE, Conselheiro Corecon/CE.